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Remédios naturais para depressão funcionam?

Atualizado: 12 de jan. de 2021


Em primeiro lugar, é preciso dizer que os chamados remédios naturais para a depressão não substituem a avaliação médica e o tratamento convencional, caso indicado. Em segundo lugar, ser natural não significa que é necessariamente seguro.


No entanto, para algumas pessoas, certos suplementos de ervas e dietéticos parecem funcionar. Ainda são necessários mais estudos para determinar quais são realmente eficazes e quais os seus possíveis efeitos adversos. Abaixo, listo alguns desses suplementos:


Erva de São João. É um composto natural que, apesar de ser vendido como um tratamento para a depressão, não é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora haja relatos de que pode ser útil para casos leves a moderados, é preciso usá-lo com cautela. A erva de São João pode interagir com muitos medicamentos, incluindo anticoagulantes, anticoncepcionais, quimioterápicos, antivirais (incluindo os usados no tratamento da infecção pelo HIV) e imunossupressores (usados por exemplo para prevenir a rejeição de órgãos após um transplante). Além disso, a erva de São João não deve ser tomada com antidepressivos – a combinação pode causar efeitos adversos graves.


SAMe. É a abreviação de S-adenosilmetionina, forma sintética de uma substância química que ocorre naturalmente no nosso corpo. Também não é um suplemento aprovado pela Anvisa para o tratamento de depressão e, em doses mais altas, pode causar náuseas e constipação intestinal. Assim como acontece com a erva de São João, o uso combinado com antidepressivos pode levar a efeitos adversos graves. Ele pode ainda desencadear um episódio de mania em pessoas com transtorno bipolar (o que também é possível com os antidepressivos convencionais), por isso o acompanhamento médico é fundamental.


Ômega-3. É um lipídio encontrado em peixes de água fria (como salmão e sardinha), linhaça, nozes e alguns outros alimentos. Os suplementos de ômega-3 parecem ser benéficos para a saúde cardiovascular e têm sido estudados no tratamento da depressão, incluindo os quadros depressivos que ocorrem no transtorno bipolar. Embora sejam considerados seguros, esses suplementos podem interagir com outras medicações em doses altas, e mais pesquisas são necessárias para determinar se eles têm de fato um efeito para prevenir ou tratar a depressão.


Açafrão. O extrato de açafrão pode melhorar os sintomas da depressão, mas mais estudos são necessários. Doses altas podem causar efeitos adversos significativos.


5-HTP. O suplemento chamado 5-hidroxitriptofano, também conhecido como 5-HTP, pode desempenhar um papel nos níveis de serotonina, substância química que afeta o humor. As evidências são apenas preliminares e mais pesquisas são necessárias. Há dúvidas se o uso de 5-HTP poderia causar uma condição neurológica grave, mas a ligação não está clara. Outra preocupação é a possibilidade de o 5-HTP, se tomado junto com antidepressivos convencionais, aumentar o risco de síndrome serotoninérgica – uma reação adversa grave.


DHEA. A desidroepiandrosterona, também chamada de DHEA, é um hormônio naturalmente produzido por nosso corpo. Mudanças nos níveis de DHEA têm sido associadas à depressão. Vários estudos preliminares mostram melhora nesse quadro ao se tomar DHEA como suplemento dietético, mas mais pesquisas são necessárias. Embora geralmente seja bem tolerado, o DHEA tem efeitos adversos potencialmente graves, especialmente se usado em altas doses ou em longo prazo. O DHEA derivado da soja ou inhame não é eficaz.


Esses suplementos não são monitorados pela Anvisa (e outros órgãos regulatórios) da mesma forma que os medicamentos convencionais. Assim, nem sempre podemos ter certeza se o que estamos tomando é seguro. Além disso, como alguns desses suplementos podem interagir com outras medicações ou levar a efeitos adversos perigosos, converse com seu médico antes de tomar qualquer um deles.

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