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"Se não comer, não tem sobremesa!"


Imagem: Almeida Junior, Garoto com banana


Acredito que grande parte de nós já passou ou presenciou alguma situação na qual o adulto dá uma “bronca” na criança por ela não querer comer toda a refeição – o que vira uma verdadeira guerra. Mas será que a criança precisa realmente comer tudo o que colocamos no prato para ela?


Quando nascemos, nos alimentamos de forma intuitiva, isto é, a partir dos sinais naturais que o corpo nos dá de que estamos com fome ou saciados. Um exemplo disso é a fase da amamentação, quando o bebê sabe exatamente o momento de parar de sugar o leite, e isso é o suficiente para que ele se mantenha nutrido e saudável.


À medida que vai se desenvolvendo, a criança passa a ter influência da alimentação dos responsáveis, e essas mudanças, quando vivenciadas de forma inadequada, ou seja, com imposições rígidas de quantidades, horários, composição das refeições, ameaças ou oferta de recompensas caso coma tudo, pode ser prejudicial, pois os sinais de regulação do organismo não estão sendo respeitados e, futuramente, isso pode acarretar na desregulação da sensibilidade a esses sinais, fazendo com que o indivíduo passe a se alimentar de forma disfuncional, além de gerar uma relação conflituosa da criança com a comida.



“Então posso deixar meu filho comer do jeito que quiser?”


O papel dos responsáveis na alimentação é guiar a criança nessa jornada, cuidando das preparações que serão ofertadas, observando a variedade, texturas, aparência, estimulando a curiosidade, a vontade de comer e deixando que ela conheça os alimentos e descubra suas preferências. Isso pode ser feito com a inclusão da criança na rotina de compra e preparo de alimentos, com idas à feira, preparo de refeições simples e montagem de pratos criativos, além de evitar o uso de eletrônicos durante as refeições.


Porém, é preciso respeitar o momento em que a criança diz estar saciada ou que não gosta de determinados alimentos, pois cada ser humano tem suas particularidades fisiológicas, bem como preferências alimentares. Caso seja percebida uma rejeição considerada incomum, é importante investigar e, se preciso for, buscar ajuda profissional.

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